Fisioterapia

Um tratamento para combater dores musculares sem o uso de medicamentos

Com a atuação no combate aos pontos de gatilho e contratura muscular, especialista garante efeitos de alívio já na primeira sessão

Foto: Divulgação - Existem várias técnicas analgésicas que podem ser feitas em conjunto ao Dry needling, dependendo da avaliação física realizada anteriormente com o paciente e a real necessidade de aplicação

Por Joana Bendjouya

Uma técnica minimamente invasiva que utiliza a mesma agulha dos tratamentos de acupuntura, penetrando na pele e estimulando os pontos doloridos reduzindo a sensação de dor. Este é o dry needling, também conhecido por agulhamento a seco. A técnica, que atua em locais específicos chamados de gatilhos da dor, tem como o principal foco o controle da crise e é realizada sempre com a atuação de agulhas e sem aplicações de medicações.

Além de trazer a sensação de relaxamento, as sessões são indicadas principalmente para tratar as crises acompanhadas de fortes dores e, apesar de trazer benefícios semelhantes ao da acupuntura, o fisioterapeuta Fábio Petiz Matte explica que são técnicas distintas. “Embora tenham a mesma agulha como instrumento na técnica, o dry needling é um tratamento que se utiliza a agulha sendo inserida na pele e dentro do músculo, a fim de inativar um ponto de gatilho, buscando alívio da dor e a melhora da função muscular. Já na acupuntura, se insere a agulha em pontos meridianos do corpo, buscando harmonizar o funcionamento do organismo como um todo”, explica.

O fisioterapeuta explica que combina as duas terapias, conforme a necessidade e quadro de cada paciente, e após um diálogo minucioso a fim de entender melhor os sinais e sintomas é possível indicar o melhor tratamento para cada caso. “Várias técnicas analgésicas podem ser feitas em conjunto ao dry needling, dependendo da avaliação e das informações relatadas na anamnese, além da avaliação física, e com o toque e a palpação, que são imprescindíveis, e que deve ser realizada sempre, antes das sessões”, comenta. Ele explica ainda que o tratamento, embora use a mesma agulha da acupuntura, é uma terapia que complementa, e uma não substitui a atuação da outra.

Benefícios do tratamento:
- Reduz a dor;
- Melhora os movimentos;

- Processo de recuperação acelerado;
- Diminui a inflamação;
- Elimina contraturas musculares.


De acordo com o fisioterapeuta, o tratamento já foi reconhecido eficiente na redução de dores decorrentes de várias doenças como:
- Síndrome Dolorosa Miofascial
- Dores de cabeça tipo tensão
- Enxaquecas
- Dores da articulação temporo mandibular
- Dores musculares do exercício
- Dores por overtraining
- Síndrome do túnel do carpo
- Transtornos de lesão por esforços repetitivos
- Fibromialgia
- Dor crônica nas regiões da cervical, torácica e lombar
- Torcicolo
- Lesão de esforço repetitivo (LER)

Atuação
A técnica é utilizada em tratamentos musculoesqueléticos, regeneração e recuperação de tecidos que foram lesados, podendo ser dividido em duas opções, a profunda e a superficial. Na profunda a aplicação é feita diretamente no ponto gatilho, ocorrendo uma pequena contração no músculo, no local onde a agulha foi inserida, e dessa forma auxilia na circulação local e no alívio da dor. Já na aplicação superficial somente a pele é perfurada, porém, no ponto que foi perfurado, é possível reduzir a dor local e a dor referida, e consequentemente ocorre melhora dos movimentos. O fisioterapeuta ressalta que a maior vantagem da técnica é que o alívio das dores pode ser percebido ainda na primeira sessão.

Segundo Petiz Matte, para quem sofre com fortes dores musculares, o tratamento por meio do agulhamento é uma boa opção, principalmente no caso das pessoas que utilizam muito da mesma musculatura e por longos períodos. “No caso dos atletas que exigem muito da musculatura e muitas vezes não fazem um descanso adequado, ou das pessoas que trabalham sempre em uma mesma postura e permanecem nela por longos períodos, não tendo possibilidade de alterar, e assim trazendo dores e incômodo, são situações indicadas”, comenta.

Restrições
A escolha pelo tratamento, não é recomendado para todos pacientes que apresentem estes sintomas, sendo contraindicado para os com problemas vasculares, crianças, pessoas diagnosticadas com epilepsia, gestantes e os que apresentam alergia ao metal da agulha. “Alguns casos apresentam restrição, como pacientes muito debilitados, ou ainda, aquelas pessoas que têm fobia de agulha. Nestas situações o melhor é evitar esse tipo de tratamento, ou escolhendo fazer, deve ser muito bem indicado e acompanhado, a responsabilidade desse profissional é importante”, orienta Matte.

Além de auxiliar no alívio das dores nos momentos de crise, o tratamento com as agulhas também pode ser uma opção preventiva para que estas dores aliviem por um intervalo de tempo maior, ou até, não voltem. “Sempre que o paciente sentir qualquer desconforto muscular ou no início do quadro doloroso, que é mais fácil de ser percebido por ele, já pode ser realizado um atendimento preventivo, onde realizamos uma avaliação e através da palpação é possível identificar onde já existe algum ponto que poderá gerar qualquer desconforto muscular e possa ser o início da crise”, explica o fisioterapeuta. 

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